- A biblioteca dele é mágica.
- Biblioteca mágica? De onde você tirou essa idéia?
- É o que todos dizem, que o velho Wilson tem uma biblioteca mágica.
- Impossível!
- Dizem que quando o velho Wilson era combatente da segunda guerra ele tomou posse de muitos livros de alemães e desde então sempre que viaja só faz aumentar sua coleção. Cada livro roubado recebe um feitiço e ele coloca-os em sua biblioteca.
- Que tipo de feitiço?
- Se o livro for aberto por um estranho, que não ele, a história é libertada.
- Libertada? Isso é uma metáfora, diz que a história vai te envolver.
- Não é uma metáfora, é real e eu posso provar.
- Então prove!
...
- Abra a janela com cuidado.
- Está bem!
- Eu disse para ter cuidado.
- A janela está enferrujada e dura, o que quer e eu faça?
- Nada, já deve ter acordado o bairro todo.
- Não implique, as luzes do quarto do velho estão apagadas.
- Como sabe que ele está no quarto?
- Não sei, só espero que esteja.
- Rápido, pegue qualquer livro.
- Calma!
- Rápido! A luz do quarto acendeu, pegue qualquer um. Esse de capa vermelha mesmo, ande logo... ouço passos, vamos, vamos, VAMOS!!
- Segura ele.
- Vamos, me ajude a puxar a janela.
- Não há tempo, corra!
- Vamos, VAMOS, VAMOS!
...
- Bom, aqui no velho campo de futebol estamos distantes da casa do velho.
- Além de não ter ninguém por perto uma hora dessas.
- É o lugar perfeito.
- Abra-o.
- Se não acredita no que te falei por que está se afastando do livro?
- Dá aqui este livro, vou te mostrar que são apenas palavras.
- Mostre!
Ambos afastam-se do livro, fecham os olhos cautelosamente e abrem o livro em uma página aleatória.
- Aha! Eu não disse? Apenas palavras.
- Não entendo.
- Dizem que palavras também tem sua força.
- Vai ver é só uma lenda estúpida.
- Aiii...
- O que aconteceu? Por que você jogou o livro no chão?
- O livro queimou minha mão.
- Como assim?
- Não sei explicar.
Os dois encararam o livro que apresentava letras em chamas na página aberta, e após um breve momento um feixe de fogo saiu do livro iluminando todo o céu.
Um chute jogou o livro longe e fechou-o.
- Ele está frio?
- Será que as letras continuam em chamas?
- Não quero abrir para conferir.
O livro chacoalhou na mão dos garotos.
- Segure firme.
- Ele parece estar vivo!
- O que faremos?
- Vamos amarrá-lo e levá-lo ao velho Wilson.
- Devolver a biblioteca?
- Espero que se acalme se voltar ao seu habitat.
...
- Pelo jeito o velho não acordou, a janela continua aberta do mesmo jeito que deixamos.
- Vamos ser rápidos.
Ambos entraram na biblioteca, porém o livro não parava de chacoalhar, como se não quisesse voltar a prateleira. Com muito esforço, e barulho, os dois garotos o colocaram de volta.
E ele saltou no mesmo instante, quase se abrindo ao cair no chão.
- Segure ele, não deixe ele abrir!
Pularam os dois em cima do livro e com o peso do corpo mantiveram ele fechado.
A porta da biblioteca se abriu.
- Então vocês abriram o livro, né?
Os dois olharam pálidos para o velho, e sem se mexer gaguejaram meia dúzia de palavras sem sentido. O velho se aproximou e sentou no chão próximo aos garotos.
- Uma vez aberto, o livro ganha vida.
- Então temos que lê-lo?
- Quase isso.
- Quase?
- Vocês vão precisar viver a história.
O velho empurrou os dois garotos e puxou o livro para suas mãos, que se acalmou de imediato.
- Viver a história significa ler ela inteira, certo?
- Não, vocês agora são os personagens da história.
- Personagens?
O velho abriu o livro em uma página aleatoria e leu:
"O Dragão furioso aguardava os dois garotos, Paulo e Vinicius, na entrada da caverna. Ele sabia que os dois garotos não suportariam os horrores que enfrentariam no interior da escuridão em que se encontravam."
- Como sabe nossos nomes?
- Eu sabia que você era um bruxo.
- SILÊNCIO!
Os garotos emudeceram.
- Eu não sei o nome de vocês, o livro sabe.
- O livro?
- Sim, vocês agora são personagens dele e só se livrarão do livro quando terminarem a história.
E o velho arremessou o livro contra os dois. Paulo agarrou o livro que continuava a chacoalhar.
- Agora dêem o fora daqui e só retornem após terminar o livro.
Paulo e Vinicius sairam em disparada, pularam a janela e correram sem rumo. O velho, antes de fechar a janela, disse com um sorriso de satisfação em seu rosto:
- Boa sorte garotos!
- Biblioteca mágica? De onde você tirou essa idéia?
- É o que todos dizem, que o velho Wilson tem uma biblioteca mágica.
- Impossível!
- Dizem que quando o velho Wilson era combatente da segunda guerra ele tomou posse de muitos livros de alemães e desde então sempre que viaja só faz aumentar sua coleção. Cada livro roubado recebe um feitiço e ele coloca-os em sua biblioteca.
- Que tipo de feitiço?
- Se o livro for aberto por um estranho, que não ele, a história é libertada.
- Libertada? Isso é uma metáfora, diz que a história vai te envolver.
- Não é uma metáfora, é real e eu posso provar.
- Então prove!
...
- Abra a janela com cuidado.
- Está bem!
- Eu disse para ter cuidado.
- A janela está enferrujada e dura, o que quer e eu faça?
- Nada, já deve ter acordado o bairro todo.
- Não implique, as luzes do quarto do velho estão apagadas.
- Como sabe que ele está no quarto?
- Não sei, só espero que esteja.
- Rápido, pegue qualquer livro.
- Calma!
- Rápido! A luz do quarto acendeu, pegue qualquer um. Esse de capa vermelha mesmo, ande logo... ouço passos, vamos, vamos, VAMOS!!
- Segura ele.
- Vamos, me ajude a puxar a janela.
- Não há tempo, corra!
- Vamos, VAMOS, VAMOS!
...
- Bom, aqui no velho campo de futebol estamos distantes da casa do velho.
- Além de não ter ninguém por perto uma hora dessas.
- É o lugar perfeito.
- Abra-o.
- Se não acredita no que te falei por que está se afastando do livro?
- Dá aqui este livro, vou te mostrar que são apenas palavras.
- Mostre!
Ambos afastam-se do livro, fecham os olhos cautelosamente e abrem o livro em uma página aleatória.
- Aha! Eu não disse? Apenas palavras.
- Não entendo.
- Dizem que palavras também tem sua força.
- Vai ver é só uma lenda estúpida.
- Aiii...
- O que aconteceu? Por que você jogou o livro no chão?
- O livro queimou minha mão.
- Como assim?
- Não sei explicar.
Os dois encararam o livro que apresentava letras em chamas na página aberta, e após um breve momento um feixe de fogo saiu do livro iluminando todo o céu.
Um chute jogou o livro longe e fechou-o.
- Ele está frio?
- Será que as letras continuam em chamas?
- Não quero abrir para conferir.
O livro chacoalhou na mão dos garotos.
- Segure firme.
- Ele parece estar vivo!
- O que faremos?
- Vamos amarrá-lo e levá-lo ao velho Wilson.
- Devolver a biblioteca?
- Espero que se acalme se voltar ao seu habitat.
...
- Pelo jeito o velho não acordou, a janela continua aberta do mesmo jeito que deixamos.
- Vamos ser rápidos.
Ambos entraram na biblioteca, porém o livro não parava de chacoalhar, como se não quisesse voltar a prateleira. Com muito esforço, e barulho, os dois garotos o colocaram de volta.
E ele saltou no mesmo instante, quase se abrindo ao cair no chão.
- Segure ele, não deixe ele abrir!
Pularam os dois em cima do livro e com o peso do corpo mantiveram ele fechado.
A porta da biblioteca se abriu.
- Então vocês abriram o livro, né?
Os dois olharam pálidos para o velho, e sem se mexer gaguejaram meia dúzia de palavras sem sentido. O velho se aproximou e sentou no chão próximo aos garotos.
- Uma vez aberto, o livro ganha vida.
- Então temos que lê-lo?
- Quase isso.
- Quase?
- Vocês vão precisar viver a história.
O velho empurrou os dois garotos e puxou o livro para suas mãos, que se acalmou de imediato.
- Viver a história significa ler ela inteira, certo?
- Não, vocês agora são os personagens da história.
- Personagens?
O velho abriu o livro em uma página aleatoria e leu:
"O Dragão furioso aguardava os dois garotos, Paulo e Vinicius, na entrada da caverna. Ele sabia que os dois garotos não suportariam os horrores que enfrentariam no interior da escuridão em que se encontravam."
- Como sabe nossos nomes?
- Eu sabia que você era um bruxo.
- SILÊNCIO!
Os garotos emudeceram.
- Eu não sei o nome de vocês, o livro sabe.
- O livro?
- Sim, vocês agora são personagens dele e só se livrarão do livro quando terminarem a história.
E o velho arremessou o livro contra os dois. Paulo agarrou o livro que continuava a chacoalhar.
- Agora dêem o fora daqui e só retornem após terminar o livro.
Paulo e Vinicius sairam em disparada, pularam a janela e correram sem rumo. O velho, antes de fechar a janela, disse com um sorriso de satisfação em seu rosto:
- Boa sorte garotos!
3 comentários:
Diz pra mim que isso não é só um conto, que a história continua e vira um livro inteiro, por favor...
Humm.. e é possível escolhermos os livros cujas histórias queremos protagonizar? =))
Um beijo.
Concordo inteiramente com Lomyne e ficaremos esperando a continuação...
Parabéns!
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